Personalidades
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Conde de Vila Flor e Alpedrinha
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Fausto José dos Santos Júnior
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Francisco Gomes Teixeira
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Gaspar e Manuel Cardoso
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José Rodrigues Cardoso
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Cipião José de Carvalho
1865 - 1926Nasceu em São Cosmado em 1865, foi o primeiro médico a utilizar as águas do Tedo, que prescrevia aos seus doentes para curar diversos males. Estas águas, colhidas na Fonte da Dona Moira em Goujoim, foram estudadas pelo médico cirurgião e hidrologista Dr. Aboim Contreiras que a respeito dos seus poderes curativos publicou um estudo em 1932 intitulado As Águas Minero-medicinais do Tedo.
Pai do Professor Doutor Aníbal Scipião Gomes de Carvalho, lente de matemática na Universidade do Porto.
Cipião José de Carvalho foi uma figura muito popular em Armamar, não só pela fama do profissionalismo e entrega com que exercia a sua atividade mas também pela boa disposição. Faleceu em 1926.
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Conde de Vila Flor e Alpedrinha
1895 - ...D. Francisco Maria Martinho de Almeida Manoel de Vilhena, 9.º conde de Vila Flor e 2.º de Alpedrinha foi um famoso engenheiro agrónomo, Professor do Instituto Superior de Agronomia e ocupou o lugar de Chefe de Gabinete do Ministro da Agricultura.
O “Conde de Gojim”, como é conhecido em Armamar, estudou a parte sul do município de Armamar tendo concluído que os solos, em zona de transição para climas mais frios, eram pouco favoráveis à cultura da vinha, embora o vale do Douro estivesse ali bem próximo.
Assim decide fazer uma experiência. Arrancou a vinha que tinha mesmo em frente à sua residência solarenga de Gogim e começou a plantar macieiras, experiência que foi mal recebida pelas pessoas. Os camponeses testemunharam a “revolução” agrícola operada pelo Conde nas suas terras, e não tardou muito para que as dúvidas desaparecessem. A cultura das macieiras revelou-se propícia.
A aposta foi de tal forma acertada que em Armamar se produzem atualmente cerca de 75 mil toneladas de maçã, a maior parte da produção deste fruto em Portugal.
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Fausto José dos Santos Júnior
1903 - 1975Nasceu em Aldeias no ano de 1903 e ficou mais conhecido pelo seu nome literário, Fausto José.
Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, foi conservador do registo em Porto Santo (Ilha da Madeira), vereador e Presidente da Câmara Municipal de Armamar.
Fausto José ficou, no entanto, conhecido em todo o país pela sua obra literária. Foi colaborador da revista Presença, sucessora da Orpheu, fez parte do movimento coimbrão onde se destacavam nomes como os de José Régio, Miguel Torga, Almada Negreiros.
Faleceu em 1975 em Aldeia de Cima, na casa onde escreveu grande parte da sua obra.
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Francisco Gomes Teixeira
1851 - 1933Nasceu em São Cosmado em 1851.
Frequentou o Liceu de Lamego e em 1874 concluiu Matemáticas na Universidade de Coimbra com a classificação final de 20 valores, nota atribuída pela primeira vez. No ano seguinte doutorou-se com a mesma distinção e em 1876 entrava nos quadros da universidade como professor substituto.
Em 1880 foi nomeado Professor Catedrático e transferiu-se para a Politécnica do Porto onde foi admitido como Lente na cadeira de geometria descritiva.
Até 1911 Gomes Teixeira foi diretor da Politécnica, ano em que esta passou a Faculdade de Ciências. Nesse mesmo ano foi nomeado reitor, o primeiro, da Universidade do Porto.
Faleceu no Porto em fevereiro de 1933 e foi sepultado num mausoléu de granito no interior da Igreja Matriz de São Cosmado, sua terra natal.
Francisco Gomes Teixeira foi um homem brilhante na época. Foram amplamente divulgados, em Portugal e no estrangeiro, vários trabalhos científicos que deixou. Foi membro ou sócio destacado de várias agremiações científicas em todo o mundo. Quando abandonou a atividade do ensino participou em inúmeras conferências e foi deputado em várias legislaturas.
Quem visitar São Cosmado repara facilmente num busto em bronze que se encontra no largo junto da Igreja Matriz. Trata-se de uma réplica do busto do matemático erigido na Universidade de Coimbra.
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Gaspar e Manuel Cardoso
... - 1953
Gaspar e Manuel Cardoso, tio e sobrinho, eram naturais do Vacalar. Manuel Cardoso Pereira foi comerciante, assim como seu tio Gaspar, na cidade do Porto.
Os dois fizeram fortuna dedicando as suas vidas ao comércio de couros, com vários estabelecimentos do ramo na cidade invicta, e também uma fábrica de curtumes.
Ambos viveram uma vida modesta. Amantes da sua terra, cujas raízes nunca esqueceram, quiseram dotar os seus conterrâneos de um apoio humano e social, em todas as etapas de vida, da infância à idade sénior, com Creche, Hospital e Lar de Idosos. Um leque de serviços inexistente então na região.
Para concretizar estes projetos Manuel Cardoso Pereira homenageou seu tio Gaspar, de quem foi herdeiro, manifestando em testamento o desejo de se instituir a Fundação Gaspar e Manuel Cardoso.
Manuel Cardoso Pereira viria a falecer a 3 de dezembro de 1953 na cidade do Porto.
Os estatutos da fundação foram aprovados em outubro de 1956.
Dez anos mais tarde, a 27 de novembro de 1966, é inaugurado, pelo então Ministro da Saúde e Assistência Dr. Neto de Carvalho, o Hospital Sub-regional de Armamar. O edifício tinha cinco pisos e uma capacidade superior a 50 camas. Começou a funcionar com consultas, banco de urgências, internamentos, nas valências de medicina geral, cirurgia, obstetrícia, estomatologia.
Em 1986 surgiu a creche e o pré-escolar, a funcionar num edifício construído em terreno circundante. Em 1993 implementou-se o Lar de Idosos e de Idosos Dependentes, terminando a valência de hospital.
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José Rodrigues Cardoso
1864 - 1928Nasceu em Vila Seca em 1864, filho de pequenos proprietários rurais.
Emigrou para o Brasil para se juntar ao irmão António onde foi sócio de uma empresa que, fruto de sucesso financeiro, lhe permitiu criar fortuna.
Ao seu irmão António, regressado a Portugal, incumbiu de mandar fazer a exploração de água para abastecimento de Vila Seca. Foram construídos um depósito, um tanque e três fontanários.
Mandou projetar e construir o hospital de Vila Seca. Para coordenar os trabalhos de construção, instalação e administração nomeou o amigo Dr. Bento Carqueja, então diretor do jornal O Comércio do Porto. E, porque para funcionar o hospital precisava de energia elétrica José Cardoso, com o acordo da Câmara Municipal de Armamar, promoveu a instalação das linhas que alimentaram não só o hospital como toda a povoação.
José Rodrigues Cardoso faleceu no Porto em janeiro de 1928 onde, depois de regressado do Brasil, morava num palacete que mandou construir.